sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Caiu, quebrou, estilhaçou, virou pó.

Não consigo começar de forma mais sincera do que essa: o problema era essa indecisão na hora de fazer uma escolha. Assim mesmo, no passado. Imagina só, que puta privilégio, poder escolher entre pessoas que gostam de você e que, surpreendentemente, você gosta de volta. A incerteza tem um gosto horrível e é cinza. Depois que eu te joguei pra fora, restou essa síndrome do membro fantasma que nunca mais vai embora. Fiquei manca. Menti pra mim mesma e me deixei afogar nessa areia movediça. Jejuei por quarenta dias e quarenta noites nesse deserto - não posso dizer sobre os outros dias que não consegui contar.

Caiu, quebrou, estilhaçou, virou pó. Sabe quando cê sente que alguma coisa bem nas entranhas de quem cê é, de repente, endureceu? Quem me dera fosse tesão. Guardei a poeira do que ficou estirado no chão naquela caixa das coisas que preciso me acostumar. Me deixa aqui com as minhas escuridões, porque vai passar. Só quem já morou no fundo do poço sabe que nenhum lugar é tão escuro assim. Amei tanto você que não consegui perceber nenhuma outra pessoa no mundo. Eu nem consegui escutar quem eu sou gritando em pânico: "Olha pra mim, a única pessoa nesse mundo capaz de te fazer completamente feliz", 

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