domingo, 15 de janeiro de 2017

Caderninho




Os últimos dias foram intensos mesmo, mal deu pra digerir o furacão. Parece que a nossa ponte interplanetária quebrou e a gente ficou preso cada um num lado. O futuro é essa mata sinistra só porque vou ter que entrar nela sozinha. Acho que existe vida após a morte, porque eu continuo existindo por aí. A sensação é de que eu tinha esse caderninho, feito uma pequena agenda, e nele eu escrevia tudo aquilo que sou; aí eu abri as páginas dele e cê amou, mas não era isso tudo.

Ficou esse vácuo dentro do peito difícil de explicar. Como se eu precisasse declarar estado de calamidade para não acabar catando cavaco em direção ao buraco e me perder por lá. Se saudade fosse uma pessoa, ela teria a sua feição. Das coisas que me trazem alegria, uma delas é saber que cê foi meu primeiro amor. Das que são carregadas de tristeza, a certeza é de que o fim do amor é o fim da gente.

Um comentário:

  1. Porra mozão, que texto foda. E que dor ler ele.
    Vamos conversar sobre essas coisas no whatsapp.

    te amo demais.

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